Cumbuca Bares e Butecos de Campinas

Nada combina mais com boteco do que uma cerveja bem gelada e uma dose de cachaça.

Seja ela purinha ou na caipirinha, não tem outra, é a melhor mediadora de prosa. Aliás, como dizia Vinícius de Moraes, “nunca vi boa amizade nascer em leiteria…”. Da abrideira à saideira, neste artigo vamos mostrar dicas para não errar na hora de pedir uma cachaça no boteco!

 

Abrideira

Nem sempre é fácil encontrar um bar com uma boa seleção de cachaças. Se você ficou curioso e quer provar vários rótulos, comece pedindo uma sugestão para o garçom, ele sabe a preferência da freguesia e vai te sugerir uma cachaça com bom custo-benefício! Só um adendo: fuja das cachaças industriais! Peça uma legítima cachaça de alambique, aquela artesanal! Ah, e a temperatura ideal para beber cachaça é entre 15 e 25 graus. Nos dias mais quentes, peça ela gelada ou com gelo!

A abrideira é a primeira cachacinha da noite, ideal para tomar com uma cerveja bem gelada, acompanhada de um torresminho, amendoim ou uma mandioca frita! Eu gosto de começar pelas branquinhas, como as cachaças Claudionor (de Minas Gerais), Serra Preta (da Paraíba), Volúpia Prata (da Paraíba) ou Mato Dentro Prata (de São Paulo).

 

Acompanhadeira

Agora que você já pediu as suas primeiras doses no boteco, está na hora de ficar mais exigente! Depois de olhar o cardápio ou a carta de cachaças comece a explorar regiões e madeiras que você não conhece. Hoje, o Brasil inteiro produz ótimas cachaças, então escolha uma bebida diferente, envelhecida ou armazenada em alguma madeira, como amburana ou bálsamo. Escolha rótulos de cachaça do Rio Grande do Sul ou da Bahia – sim, esses estados têm cachaças excelentes. Tente fugir do óbvio!

Agora também é o momento em que você pode começar a prestar mais atenção nos rótulos e as informações impressas nele! Quando pedir uma cachaça, peça ao garçom para trazer a garrafa à mesa. Veja onde a cachaça foi produzida, teor alcoólico, madeira em que foi envelhecida e se a garrafa está quase vazia ou recém-aberta.

Acompanhadeira é aquela boa quando a conversa já pegou no tranco e o prato mais apetitoso da noite está chegando. Para os campineiros, nada como um bom joelho de porco acompanhado de uma cachaça bem envelhecida e encorpada.

Sugestões: Volúpia Ouro (produzida na Paraíba), Harmonie Schnaps Ouro (produzida no Rio Grande do Sul), Canarinha (de Minas Gerais).

 

Saideira

Agora é o momento em que você pede a sua caipirinha com cachaça artesanal, porque sabe que faz toda a diferença e que também só tem o direito da saideira quem bebe bem acompanhado de tira-gostos e água para hidratar! É fato: intercalar álcool com água previne de uma bela ressaca.

Bom, na saideira dá para aproveitar também que as cachaças mais encorpadas e viscosas são ótimos digestivos! Então peca um bom rabo de galo ou uma amarelinha!

Se você tiver outras dúvidas sobre cachaça ou quiser bater um papo, puxa uma cadeira e vamos cumbucar!

 

Quintal da Cachaça – quintaldacachaca.com.br
O Quintal da Cachaça, companheiro de copo do Cumbuca, é especialista em cachaças.

0 resposta

    1. Caro Sérgio, segue a resposta do Thiago Tavares, do Quintal da Cachaça:
      “Bom, na verdade, essa é uma questão que tem muita divergência, porque envolve gosto. Sempre que você esfria uma bebida, sua percepção do álcool e de alguns sabores diminui. E isso acontece também para as bebidas envelhecidas. Em geral, cachaças envelhecidas ganham sabores e aromas que as brancas não têm – e por isso também têm um valor agregado maior. Bom, daí a razão de alguns especialistas acharem errado você refrigerar a bebida envelhecida: você diminui os sabores e aromas que demoraram um tempo para surgir ali. Por outro lado, ela tende a ficar licorosa, algo que muitos apreciadores adoram. Resumindo, não existe certo ou errado. O melhor é experimentar dos dois jeitos e ver o que mais gosta!”

      Abraço!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *