Toda mulher é uma malabarista nata, literalmente. Saber se desvencilhar de situações complicadas já é de praxe, mas a malemolência da mulher nos banheiros dos botecos merece mais atenção.
Tudo começa quando ela decide ir a um boteco. E depois quando ela decide ir ao banheiro do boteco. O que poderia ser uma situação corriqueira pode se transformar em um grande transtorno, pois pequenos detalhes fazem com que essa vivência seja, no mínimo, peculiar.
Algumas mulheres podem segurar ao máximo a necessidade de ir ao banheiro postergando o quanto puderem essa experiência. Apenas quando a porteira está prestes a abrir e simplesmente não dá mais pra segurar (além do que, ninguém quer adquirir uma infecção urinária) é que elas vão ao banheiro, já sabendo o que vão encontrar e isso se resume geralmente a: fila, cantadas nessa mesma fila ou no trajeto até o banheiro, falta de papel higiênico, falta de sabonete, falta de papel para secar as mãos, falta de assento do vaso e as vezes até de porta nas cabines. Sim, falo sério!
Você já ouviu falar que uma mulher prevenida vale por duas? Eu não faço ideia de onde surgiu este ditado, mas até tem sentido se formos pensar que muitas vezes levamos nosso querido álcool em gel e papel higiênico extra ou lenços umedecidos – que sempre salvam a pátria – na bolsa para uma possível emergência.
Quando a amiga ou outra mulher não tem, a gente empresta, claro, porque ninguém quer contrair uma doença, né? E muito menos eu quero ser a causadora de algum mal pra outra mina – isso se chama sororidade (união e aliança entre mulheres, baseado na empatia e companheirismo, em busca de alcançar objetivos em comum).
Muitos homens se perguntam porque muitas mulheres vão ao banheiro em grupo. Vocês já pensaram que pode ser pra uma proteger a outra de caras malas na porta do banheiro? De uma vigiar a porta (ou a falta dela) enquanto uma delas usa o vaso em busca de mais privacidade sem ser importunada? De uma emprestar produtos de higiene pra outra? Pois sim, nem sempre vamos ao banheiro para fofocar sobre vocês homens (ou retocar a make), porque caso vocês não saibam o mundo não gira em torno de seus umbigos.
Por mais que as mulheres estejam ~acostumadas~ a vivenciar essas situações nos banheiros de botecos, isso não significa que seja normal ou esteja certo. Mesmo porque nem sempre rola levar o kit banheiro na bolsa (ou simplesmente não queremos leva-lo), além disso, não somos obrigadas a aderir à técnica da chacoalhadinha básica na falta de papel higiênico #quemnunca.
Por isso botecos, por favorzinho, nada custa investir em um banheiro minimamente higiênico para as mulheres, principalmente agora que o público feminino vêm aumentando consideravelmente e até já ultrapassou os homens. Só pra você ter ideia, até no Cumbuca percebemos um maior interesse do público feminino pelos nossos guias, sendo de 52% o acesso ao site e 58% no Facebook.
Aliás, quem disse que os homens também não vão se beneficiar e gostar de ter um banheiro mais estruturado? O conceito de machão, ogro, aquele que não liga pra higiene e que acha que quanto mais sujo e rústico melhor, já é coisa do passado (homens não precisam disso para afirmarem sua masculinidade, apenas). Por mais que botecos sejam “sujinhos” por natureza, um banheiro precisa ter o mínimo de infraestrutura e saneamento básico, vamos combinar? Somos seres humanos, não porcos em uma pocilga – basicamente isso.
Assim, todo mundo sai feliz, alegrinho, satisfeito e com saúde pra tomar umas (olha que incrível!) =) #ficaadica #mulheresnoboteco
Andrea Nuñez, jornalista colaboradora do Cumbuca (saiba mais sobre a autora do artigo no QUEM FAZ)
